1 - Seminário: Dioniso e Psicologia Arquetípica, afinal "somos todos histéricos" - ( Sábado)Dioniso e Psicologia Arquetípica, afinal "somos todos histéricos"(James Hillman) e a Loucura feminina como um modo específico do “fazer alma” na mulher.
Neste ano, retornaremos à nossa discussão,e sugiro lermos um pequeno texto do filósofo Gilles Deleuze chamado "As orelhas de Ariadne" para tratarmos da relação triangular entre Dioniso-Teseu-Ariadne.
O texto está nesse link: http://www.fe.unicamp.br/dis/transversal/rizomas/MISTERIO_DE_ARIADNE_SEGUNDO_NIETZSCHE.pdf
A pergunta fundamental é: O que moveu Ariadne na direção de Dioniso após ser abandonada por Teseu?
Leremos também a seção "Histeria" (pg 222), do "Mito da Análise", de Hillman neste encontro.
Minha proposta continua sendo ir mais adiante na leitura de aproximação entre Dioniso e Histeria.
Leremos Deleuze e em seguida entraremos na seção principal: aproximações entre a Histeria e Dioniso, o corpo histérico e o corpo dionisíaco, a bissexualidade freudiana vista pela perspectiva arquetípica de Dioniso, sintomas conversivos como presença da consciência parcial de Dioniso espalhada pelo corpo, dissociação histérica e transe dionisíaco, o analista como encarnação da ambiguidade dionisíaca, sexualidades no século XXI para além das categorias apolíneas de gênero masculino e feminino, o ver através da psicologia arquetípica como forma dionisíaca de desliteralização do real e etc...
Ao finalizar esta discussão, avançaremos na polêmica indagação da loucura feminina como modo específico e particular de “fazer alma” na mulher examinando como paradigma desta afirmação a personagem “Estamira” do filme de Marcos Prado. Será Estamira uma imagem que pode nos ajudar a pensar em como realizar o exercício do fazer alma ( esta mira?) na psicose?
Resumo do Seminário:
Em seu clássico artigo " Who is behind Archetypal Psychology", o analista junguiano Noel Cobb provoca uma interessante questão: qual a fantasia arquetípica que sustenta a própria "psicologia arquetípica"? Se estamos sempre inseridos dentro de uma perspectiva mítica, qual o "Deus" que rege e inspira os movimentos da Psicologia Arquetípica? A esta pergunta, Noel Cobb nos oferece uma resposta bastante precisa: para uma psicologia que propõe uma base poética da mente e que deseja recuperar o senso de respostas estéticas diante do mundo, seu "patrono" mítico só pode ser um poeta que encarna a imaginação e a beleza da psique. Deste modo, para Cobb, quem está por detrás da Psicologia Arquetípica é a figura mítica de Orfeu.
Para outros autores como o filósofo Bernie Neville, é sob a tutela de Hermes e sua multiplicidade que a Psicologia Arquetípica se posiciona e ocupa um lugar no campo dos saberes. Esta idéia é defendida pelo autor no artigo " The Charm of Hermes: Hillman, Lyotard, and the Post-Modern Condition".
Dentro do atual pensamento junguiano, destaca-se a crítica contundente que Wolfgang Giegerich faz ao fato de a Psicologia Arquetípica "ter ficado presa numa psicologia apenas Anima" e ter ignorado o outro lado da Sizígia da Alma, ou seja, o pensamento-Animus. Temos aqui três fantasias sobre os "padrôes míticos" que possam estar por detrás da construção teórica da Psicologia Arquetípica.
O objetivo do Seminário é oferecer outra alternativa e considerar quais são as possíveis relações entre as idéias da Psicologia Arquetípica e o Deus Grego Dioniso. Será possível perceber aproximações e semelhanças entre as múltiplas significações que caracterizam a imagem de Dioniso e as diretrizes que orientam os principais fundamentos teóricos da Psicologia Arquetípica?
Sugiro pensar:
Qual a relação entre Dioniso, o Deus que deve ensinar os homens "a verem o que é preciso ver", isto é, " a verem o que é mais evidente sob o disfarce do mais invisível" conforme Eurípedes nos mostra na peça "Os Bacantes" com o método fundamental do "ver-através" (seeing-through) na Psicologia Arquetípica?
Se Dioniso é o Deus que o filósofo Nietzsche disse ser um discípulo, na sua famosa frase: "Prefiro ser um sátiro a ser um santo", deus mundano, afirmador dos valores positivos da vida terrestre e crítico da imortalidade da alma, como pensar estes traços combinados com a cética e não-esperançosa posição de Hillman diante do Cristianismo?
O elogio da multiplicidade e do jogo metafórico que caracterizam a Psicologia Arquetípica não é tributário do Deus da diferença, que embaralha os códigos e desconstrói as aparências fazendo com que categorias antagônicas possam se comunicar?
Como pensar o trabalho com as imagens do sonho para além da vontade de revelação do oculto representado pela razão apolínea em direção ao sonho como personificação dramática do teatro ficcional da Psique e seu patrono: Dioniso.
Se Dioniso nos liberta do delírio da normalidade ao nos abrir as portas para a pluralidade da psique, temos que vincular a idéia de consciências múltiplas errantes na carne do corpo como o avesso de uma "consciência una e integrada".
Apostar num elogio à Histeria e recuperar sua positividade como um importante apontamento da clínica arquetípica-dionisíaca.
É possível pensar a Teoria Queer e as questões de gênero a partir das perspectivas dionisíacas da Psicologia Arquetípica? Qual a diferença entre o conceito de "Androginia" proposto por June Singer e "Consciência bissexual" no modo como Hillman o apresenta.
Mulheres histéricas e Bacantes Dionisíacas: Como alcançar o gozo feminino pela via de Dioniso?
Estas são algumas das audaciosas propostas que proponho a pensarmos juntos a partir de uma seleção de textos escolhidos dentro do campo da Psicologia Arquetípica, mitologia e Estudos sobre a questão de gêneros a nos auxiliar nesta arriscada empreeitada.
Datas dos encontros: Sábados
11 de Fevereiro
17 de março
14 de Abril
19 de Maio
16 de Junho
Duração: 10hs às 13hs
Valor: 130 reais por encontro
Local: Local: Rua Pamplona, 1018, cj.33. Jardim Paulista - metrô Trianon-Masp
Coordenação: Marcus Quintaes - mvquintaes@gmail.com
Psicanalista Junguiano. Membro fundador do Grupo Himma: Estudos em Psicologia Imaginal (SP), Membro fundador do Proejto Rubicão: Travessias Junguianas (RJ), Membro da International association for Jungian Studies (IAJS), Pós-Graduado em Saúde Menatl- UFRJ e coordenador de Seminários sobre Psicologia Arquetípica de James Hillman e Pensamento Pós-Junguiano no Rio de Janeiro e São Paulo. Autor do livro “Letras Imaginativas: Breves ensaios em Psicologia Arquetípica”.
2 - Seminário de Psicologia Arquetípica: "Ver-através " - Sexta-feira das 14hs às 17hs
James Hillman: "Psicologizar e ver-através" ou o que está por trás da Primavera árabe, do “Lesbianismo chic”, do “sujeito cerebral” e da “mulher hormonal”.
Se o método do "ver através" como proposto por Hillman e a Psicologia Arquetípica intenciona buscar a fantasia que sustenta a presença de todo e qualquer fenômeno, cabe-nos indagar sobre este novo elemento que a contemporaneidade inseriu sobre o corpo da mulher produzindo uma nova forma subjetiva:"a mulher hormonal". Da redução do estrogênio à questão da oxitocina, a "feminilidade" acaba por ser reduzida a um processo puramente hormonal e onde uma etapa natural do cropo feminino passa a ser concebida à doença através da noção de déficit. A pergunta a fazer diz respeito a saber quais as fantasias arquetípicas em jogo que sustentam este novo modo de subjetivação feminina? A questão é problematizar e tentar reimaginar a apropriação que o discurso médico apoiado nos saberes científicos ("neurociências") fez do corpo da mulher e pensar os efeitos ético e subjetivos desta direção. E o convite quer pensar este fenômeno a partir de algumas categorias que a psicologia arquetípica nos fornece.
Neste seminário, retornaremos a leitura da obra fundamental de James Hillman: "Revendo a psicologia". Após termos lido o capítulo “Patologizar”, começaremos a estudar uma das principais ideias da Psicologia Arquetípica, ou seja, o “psicologizar” ou “ver através”.
Hillman assim define o “psicologizar”:
“ o psicologizar arquetípico significa examinarmos nossas próprias idéias em termos dos arquétipos. Significa olharmos para as molduras de nossa consciência, as celas onde estamos sentados e as barras de ferro que formam as grades e as defesas de nossa percepção. Ao re-visar, re-apresentar e re-ver o lugar onde já estamos, descobrimos a psique falando imaginalmente naquilo que imaginávamos serem descrições literais e reais. Há um fator psíquico, uma fantasia arquetípica, em cada uma de nossas idéias, que poderá ser extraída com nossos insights”.
Fiquemos com a imagem e nos perguntemos: quais são as “celas e barras de ferro” que não conseguimos perceber em nossa vida psíquica? Seja em nossos sintomas privados como nos sintomas da cultura? Se todo fenômeno é sustentado em uma fantasia arquetípica, trata-se de ir atrás dos fundamentos que servem de base para nossas idéias, pensamentos, repetições, medos, fixações e e também nos fatos coletivos da vida cultural tais como primavera árabe, crise econômica, catástrofe ecológica, assunção do “sujeito cerebral”, a mais recente novidade no mercado das trangressões sexuais – “o lesbianismo chic” e tantos outros episódios da contemporaneidade.
Qual a fantasia arquetípica a sustentar estes fenômenos? Como retirá-los de sua confição “natural” e relacionarmos com eles a partir da perspectiva da psique? Porém, o objetivo do seminário não é examinar estas questões a partir dos arquétipos – “a psicologia arquetípica não é uma psicologia dos arquétipos”, diz Hillman – mas ir em busca das novas imagens de fantasia que nos ajudem a re-imaginar tais desafios coletivos e individuais.
E mais, a pergunta a ser colocada é: quais são as fantasias arquetípicas que imaginam a própria psicologia arquetípica? Será que estas fantasias que regem a psicologia arquetípica – multiplicidade, politeísmo, metáfora entre outras – ainda soa potente e vigorosa para os tempos atuais ou tornaram-se inadequadas e ingênuas?
O Seminário pretende alargar este campo de discussão propondo a específica questão: quais são as novas imagens e “daimons” que podem nos servir como guia para a reinvenção da psicologia arquetípica no seu exercício teórico e como prática clínica?
A pergunta é individual mas a proposta é da produção de uma resposta coletiva.
Datas dos encontros: ( Este seminário se realizará na sexta à tarde)
10 de Fevereiro
16 de março
13 de Abril
18 de Maio
15 de Junho
Duração: 14hs às 17hs.
Valor: 130 reais por encontro
Local: Local: Rua Pamplona, 1018, cj.33. Jardim Paulista - metrô Trianon-Masp
Coordenação: Marcus Quintaes - mvquintaes@gmail.com
Psicanalista Junguiano. Membro fundador do Grupo Himma: Estudos em Psicologia Imaginal (SP), Membro fundador do Proejto Rubicão: Travessias Junguianas (RJ), Membro da International association for Jungian Studies (IAJS), Pós-Graduado em Saúde Mental- UFRJ e coordenador de Seminários sobre Psicologia Arquetípica de James Hillman e Pensamento Pós-Junguiano no Rio de Janeiro e São Paulo. Autor do livro “Letras Imaginativas: Breves ensaios em Psicologia Arquetípica”.
Seminário: “Revendo Jung e Hillman" - Sexta feira - Manhã 10hs às 13hs
3 - Seminário: “Revendo Jung e Hillman: Destinos, desafios e desatinos ou há lugar para a Psicologia Junguiana e Arquetípica em pleno século XXI?“O Inconsciente coletivo foi o espaço usado por Jung para contrabandear os conteúdos das antigas mitologias. Lá eles continuam vivos e imunes a todas as mudanças que ocorreram na cultura coletiva, que é o lugar onde eles adquirem sua visibilidade fenomênica. Jung pode recorrer a eles a qualquer hora para explicar qualquer coisa, independente de qualquer fator externo. Ele não precisa explicar como esse ou aquele deus foi parar ali, pois o que está por detrás dele é fundamentalmente incognoscível. Como os deuses antigos estão culturalmente mortos eles só podem ser efetivos novamente se aquilo que os causou continua em funcionamento. Para Jung tal causa eram os arquétipos em si e os deuses personificavam a atuação desses princípios. Mesmo que fenomenalmente os deuses não sejam mais atuantes na cultura, o princípio que os anima continua em atividade ocultamente. Mas se eles não são mais fenomenicamente manifestos e o princípio que os anima é incognoscível, então o que faz com que seja um Zeus e não Wotan que esteja por trás de um determinado denômeno? Porque Vênus e não Iemanjá? Tal escolha é arbitrária, determinadas pelas preferências pessoais do estudioso, da sua afinidade e familiaridade com este ou aquele deus, pois ele não tem o menor conhecimento do que realmente atua nos bastidores por trás das cortinas, o nôumeno incognoscível.”
André Dantas, em “Psicologia Dialética: Uma crítica interna à psicologia junguiana”
“As páginas “junguianas” abundam em referências a bestiários medievais, contos de fadas, símbolos arcaicos e todo tipo de imaginário mais ou menos esotérico que já não pode refletir, muito menos tornar psicologicamente compreensível, o presente tal como se faz manifesto dia após dia, por exemplo, na progressiva destruição ecológica ou na globalização econômica, ou na emergência de meios tecnológicos que alteram a comunicação e a transporta a níveis nunca imaginados ( internet, SMS, iphone, etc).
Na psicologia profunda há uma fuga “à infância” não apenas literal, no mais puro estilo freudiano, como a essa infância simbólica na qual o ser humano poderia viver contido e identificado com um Cosmos “animado”. Este infantilismo se manifesta nos interesses e ocupações dos chamados psicólogos junguianos: mitos, contos, religiôes antigas, sincronicidades, misticismo e espiritualidade de outros tempos e outras culturas. Diante da circunstância presente do ocidente, a psicologia se vangloria de sua puerilidade.” –
Enrique Eskenazi “Miseria de la psicología: La huida a los “Trasmundos”
“Isto me leva ao uso dos "deuses" na psicologia arquetípica. Não poderia acontecer de, ao aplicarmos o "ver através" da psicologia arquetípica aos produtos da própria psicologia arquetípica , descobríssemos que algumas de suas interpretações não estão no status da "verdade cruel", mas que elas próprias pertencem a uma espécie de Disneylandia? Que os "deuses" vistos por alguns psicólogos nos fenômenos de hoje estão mais para rótulos colados nos fenômenos do que para manifestações dos próprios deuses nos fenômenos? Penso ser este o caso. Muito da conversa sobre os deuses me soa completamente falsa. Os fenômenos da vida são similares através das eras. Por causa das analogias formais é fácil interpretar os fenômenos do nosso tempo em termos dos deuses que os gregos teriam visto neles. Mas, para fazer isto, a pessoa tem que ter retirado os fenômenos de hoje do contexto moderno atual que os informa e lhes dá seus status completamente diferentes.
Seria tão inverossímel pensar que a psicologia, com sua ênfase nas imagens, é uma participante ignorante e uma contribuidora para o movimento poderoso da humanidade ocidental na direção do mundo artificial das propagandas, dos museus, dos entretenimentos, do turismo, Disneylândia, da realidade virtual, só que de uma maneira mais enobrecida e com um nível intelectual muito superior? Os arquétipos como arquétipos em si, as imagens em um entendimento imagístico, assim como formas platônicas, são removidos de todos os fatos históricos e da ação lógica mas real da alma. Eles são completamente limpos de todo o sangue e de todo os traços de um ato violento. Os "Deuses" da psicologia são tigres de papel. Eles são imunes a uma relação mundana real com uma era e cultura.”
Wolfgang Giegerich, “Matanças”
"Cai o rei de Espadas
Cai o rei de Ouros
Cai o rei de Paus
Cai, não fica nada." Ivan Lins
Vivemos em uma época de colapso das regulações coletivas e dos modos de socialização tradicionais, tais como o declínio da esperança religiosa, a descrença nos discursos dos grandes Meta-narrativas e o retraimento da família centrada na autoridade paterna.
Várias denominações são dadas a estes novos tempos: Modernidade Líquida por Z.Baumann, Tempos hipermodernos por Gilles Lipovetsky, Reflexividade por A.Giddens, cultura neodionisíaca por M.Maffesoli, Pós-Modernidade por Jameson e tantos outros.
É possível conjugar numa mesma sentença a Psicologia Analítica de Jung, a Psicologia Arquetípica de J.Hillman e a noção de " Pós-Modernidade"?
Como enxergar as novidades do mundo contemporâneo sem a lente crítica e moralista do século que ficou para trás?
Haverá um modo próprio de pensar estes modelos outros de subjetivação a partir das categorias junguianas como arquétipos, imagens, inconsciente coletivo, complexos culturais, psique objetiva, Alma e tantos outros?
Para o filósofo Slavoj Zizek, a figura dominante do Supereu na contemporaneidade não está mais vinculada à repressão ao gozo das satisfações pulsionais, e sim a instalação despótica do gozo como imperativo: O gozo transformado em obrigação. Nossos dias são marcados pela exigência violenta de procura incessante de satisfação imediata. Nossos novos processos de socialização não estão mais vinculados aos mecanismos de repressão como no século passado mas a mecanismos que nos cobram, implacavelmente, a gratificação irrestrita: Goza!
Não por acaso, a culpa não faz mais parte dos grandes sintomas da contemporaneidade, pois o que se explicita são a ansiedade e a depressão como sintomas que resultam da incapacidade do sujeito responder ao imperativos da exigência de satisfação. Estamo diante de um cenário onde nada aplaca a fúria do Gozo, pois todo objeto, todo e qualquer um, se revela precário e inadequado para satisfazer essa convocação. Cenário perfeito para uma sociedade de mercadorias, liberal-capital, que faz desfilar diante de nós suas ofertas infinitas e idílicas de objetos que prometem atender nossas insaciáveis buscas e solicitações. Vã ilusão.
Em épocas de volatização dos afetos, tudo que é sólido desmancha no ar, como poder criar vínculos e relações com os objetos? A ansiedade nos impôe a necessidade da escolha rápida dos objetos e a depressão marca a impossibilidade da vinculação com o objeto.
Se todo analista deve situar-se no horizonte subjetivo de sua época, como podemos encarar estes novos desafios da perspectiva teórica junguiana?
Quais ferramentas teóricas a psicologia analítica nos oferece ou nos convida a reinventar, para funcionar como bússolas diante destes novos desafios culturais, sociais e históricos que atravessamos?
A pergunta que irá nos mover neste seminário será: há lugar para a Psicologia Junguiana e Arquetípica em pleno século XXI?
Queremos saber: A quem destiná-la?
As psicologia junguiana e arquetípica nos ensinaram a usar a arte, literatura, , ícones, mitos e símbolos de tempos e lugares distantes para amplificar nossas experiências presentes. Muitas vezes é tentador permanecer na condição de expatriados e vagar eternamenteentre analogias mitológicas para escapar do presente. Mas, eventualmente, precisamos voltar para casa. Precisamos ficar com as imagens atuais que se manifestam em nossos tempos. "Uma imagem é completa no modo como se apresenta", Hillman escreveu:
Por que viajar para tão longe quando tanto significado já está tão perto de casa, nos bombardeando com sua onipresença,. nos implorando por atenção?
Queremos colocar sob atrito e tensão as idéias que nos orientam há décadas. Trata-se de tentar esvaziar qualquer adesão ingênua ao pensamento de Jung e Hillman, e sim "colocá-los à prova" para, deste modo, melhor poder usufruí-los e, quem sabe, continuar a afirmá-los.
Este é o desafio, difícil e tentador, que este seminário tentará atravessar através de construção de respostas coletivas no grupo.
Nos debruçaremos sobre os seguintes textos:
· "Psicologia Dialética: Uma Crítica interna à psicologia junguiana" - André Dantas
Os textos apresentados na Conferência " C.G.Jung and the Humanities: Toward a Hermeneutics of Culture" ocorrido em 1986 na Hofstra University, New York.Desta múltipla conferência, iremos privilegiar o Painel cujo tema era " O pós-Modernismo".Nossa intenção é estudar os textos dos participantes que estavam presentes nesta mesa.
The Unconscious in a Post-Modernism Depth Psychology - Paul Kugler
Jung and the Post-Modern Condition - Edward Casey
An Other Jung and An Other Jung - David Miller
Jung and Post-Modernism Symposium - Edward Casey, James Hillman, Paul Kugler and David Miller.
" The Charm of Hermes: Hillman, Lyotard, and the Post-Modern condition" - Bernie Neville
Jung and the Postmodern: The Interpretation of realities - Christopher Hauke - ( Introdução e capítulo 1)
· “Matanças”, " Matanças: O Platonismo na psicologia e o elo perdido com a realidade" ( o texto completo, muito maior que a apresentação oral feita no congresso, encontra-se no Volume 3 das Obras Completas de Giegerich cujo título é " Soul-Violence"). Hillman responde à provocação com artigo publicado na Spring 56, ano 1994, com seu texto " Once more into Fray /Uma vez mais na briga. E , finalmente, depois da negação do editor da Spring em querer dar mais espaço para a discussão na revista, Giegerich escreve " Once more, the the reality/irreality issue" onde finaliza sua divirgência com Hillman sobre a questão lançada em " Killings/matanças.
" Once more " The Stone wich is not a Stone: Further reflections on " Not" - Texto de Giegerich publicado no livro " Disturbances in the field: essays in honour of David Miller" onde ele comenta o clássico texto de David Miller - " The Stone wich is not a Stone" - publicado na Revista Spring 49 ( 1989).
" The Unassimilable Remnant" - What is at Stake? A Dispute with Stanton Marlan" - Texto de Giegerich publicado no livro " Archetypal Psychologies: Reflections in honour of James Hillman". Neste texto, Giegerich polemiza com o artigo de Stanton Marlan entitulado " From the Black Sun to the Philospher's Stone" publicado na Revista Spring 74 ( 2006) , edição dedicada à Alquimia.
· Leitura adicional será o pequeno porém fundamental livro " A identidade cultural na Pós-Modernidade" de Stuart Hall.
Datas dos encontros: Sexta feira - Manhã
10 de Fevereiro
16 de março
13 de Abril
18 de Maio
15 de Junho
Horário: 10hs ás 13hs
Valor: 130 reais por encontro
Local: Local: Rua Pamplona, 1018, cj.33. Jardim Paulista - metrô Trianon-Masp
Coordenação: Marcus Quintaes - mvquintaes@gmail.com
Psicanalista Junguiano. Membro fundador do Grupo Himma: Estudos em Psicologia Imaginal (SP), Membro fundador do Proejto Rubicão: Travessias Junguianas (RJ), Membro da International association for Jungian Studies (IAJS), Pós-Graduado em Saúde Menatl- UFRJ e coordenador de Seminários sobre Psicologia Arquetípica de James Hillman e Pensamento Pós-Junguiano no Rio de Janeiro e São Paulo. Autor do livro “Letras Imaginativas: Breves ensaios em Psicologia Arquetípica”.